O estado nutricional materno tem grande impacto sobre o crescimento e desenvolvimento fetal, pois o período gestacional é uma fase em que as necessidades nutricionais são elevadas, decorrentes dos ajustes fisiológicos da gestação.
No primeiro trimestre, a perda de até 3 Kg, a manutenção do peso pré gestacional ou o ganho ponderal de até 2 Kg são situações previstas e não compromentem o binômio mãe/filho.
O cálculo do ganho de peso ideal deve ser avaliado individualmente, levando-se em conta o estado nutricional da gestante, avaliado pelo índice de massa corporal pré-gravídica. Em média, deve situar entre 8 a 12 kg. Lembrando que o sobrepeso aumenta os riscos de doenças maternas e fetais e por outro lado, deficiências nutricionais podem levar a incidência de malformações fetais, parto prematuro, anemia, restrição do crescimento fetal.
É essencial que a gestante:
Faça refeições freqüentes (três principais com pequenos lanches intermediários) e em pequenas quantidades, ou seja, alimente-se a cada 3 horas. Todos nós deveríamos nos alimentar pelo menos a cada 3 horas. Para a gestante, esse intervalo é fundamental. Ele garante que não faltem nutrientes para o feto, diminui a sensação de náusea de origem metabólica gerada pelo jejum e, por constantemente oferece energia ao organismo e favorece um metabolismo adequado, o que pode significar menor ganho de peso.
Não faça regimes durante a gestação. Procure variar bastante o cardápio. Quanto mais colorido seu prato, mais rico em nutrientes. Carnes vermelhas, peixes e frango devem, semanalmente, serem intercalados, para um consumo diário e adequado de proteínas e gorduras. Leite e derivados devem também ser ingeridos, para garantir bom aporte de cálcio a grávida e ao bebe. Não ha restrições quanto ao uso de leite desnatado e queijos brancos, devendo estes ser sempre preferidos em caso de ganho excessivo de peso ou dislipidemias (aumento das taxas de gordura no sangue).
Tenha uma dieta rica em proteínas (carnes magras, frango, peixe, ovos, leite e derivados), vitaminas e sais minerais (verduras, frutas e sucos naturais, grãos integrais/fibras).
Beba água em abundância para que seu intestino funcione diariamente. A grávida que se hidrata não tem infecções. Evite apenas consumi-la com as refeições, o que retarda o esvaziamento gástrico, prejudica o metabolismo e pode facilitar azia e queimações.Modere a ingestão de pães (prefira os integrais), doces, refrigerantes, massas em geral, frituras e sal, que fazem aumentar seu peso sem contribuição efetiva no desenvolvimento de seu bebê. Farinha branca deve ser sempre que possível substituída pela integral quer em pães, como em bolos e biscoitos.
Se tiver vontade de comer doce freqüentemente, reduza a pequenas porções e saboreie bem lentamente. Também prefira sempre a geléias e compotas aos bolos e tortas. Não ingerir doces à noite, pois o metabolismo nesse período economiza calorias ao invés de queimá-las, e isso facilita o ganho de peso.
Evite o álcool, sob todas as formas. O fumo deve ser abolido, pois está associado a problemas como partos prematuros, bebês de baixo peso, doenças respiratórias entre outras.
Modere o consumo de cafés (máximo de 2 xícaras pequenas ao dia), chá preto, mate e refrigerantes a base de cola, alimentos que podem provocar insônia, irritabilidade, dor gástrica, além de comprometer o aproveitamento de ferro dos alimentos.
Calorias e ganho de peso: No primeiro trimestre gestacional as necessidades energéticas são as de uma mulher não gestante, isto é, aproximadamente de 1800 a 2200 Kcal/dia. O acréscimo de 300 Kcal no segundo trimestre é necessário para suprir as necessidades calóricas adicionais da gestação.
As necessidades calóricas variam de acordo com diversos fatores, tais como idade, peso pré gestacional, nível de atividade física, estatura, estado nutricional entre outros.