Para mulheres acima dos 30 anos que decidiram adiar a gravidez, o congelamento de óvulos se mostra uma excelente opção. A queda na fertilidade feminina após essa idade, e de forma mais acentuada a partir dos 35 anos, ocorre porque a mulher já nasce com todo o estoque de óvulos que será utilizado durante toda a vida reprodutiva. Ao longo do tempo, ocorre uma queda da quantidade e da qualidade dos óvulo
O termo preservação da fertilidade refere-se às técnicas de reprodução assistida destinadas a mulheres que não pretendem ou não podem engravidar no momento, por razões médicas ou pessoais, mas que desejam manter a possibilidade de gestação no futuro.
As técnicas de preservação de fertilidade são:
- Congelamento de óvulos;
- Congelamento de embriões;
- Congelamento de tecido ovariano;
- Transposição dos ovários (deslocar os ovários da área da pelve que irá receber radiação no caso de pacientes que serão submetidas à radioterapia);
- Uso de medicamentos protetores da reserva ovariana durante quimioterapia.
A técnica mais utilizada mundialmente para preservação de fertilidade é o congelamento de óvulos. Essa técnica já existe há décadas, mas seus resultados não eram bons. Nos últimos anos, com o avanço da tecnologia e do conhecimento, seus resultados melhoraram substancialmente, o que levou à disseminação da técnica no mundo todo. Foi apenas em 2013 que a Sociedade Americana de Reprodução Humana (ASRM) reconheceu o congelamento de óvulos como uma técnica não experimental e permitiu seu uso por mulheres que iriam enfrentar tratamentos gonadotóxicos (quimioterapia, radioterapia). Apesar de não se ter abordado o emprego em mulheres sem doenças, a partir de então a técnica foi sendo cada vez mais disseminada entre mulheres que queriam postergar a maternidade por motivos sociais.
Portanto, podemos dividir a indicação da preservação de fertilidade e dois grandes grupos:
- A preservação de fertilidade que acontece por opção da mulher, a preservação da fertilidade social/eletiva, que tem ganhado cada vez mais destaque nos últimos anos;
- A preservação da fertilidade feita por indicação médica e de urgência. Os casos mais frequentes são de pacientes com câncer, que vão ser submetidas à quimioterapia e radioterapia, tratamentos que depletam de forma abrupta a reserva ovariana. Outro exemplo é o caso de paciente que vai fazer cirurgia para endometriose, principalmente se tiver endometriomas, já que essa paciente tem risco de retirada de parte do tecido ovariano.
Congelamento de óvulos planejado
A sociedade mudou. A mulher que antes ficava dentro de casa, vivenciando apenas os papéis de esposa, dona-de-casa e mãe, agora assumiu outras funções e tem novas ambições. Ela entrou no mercado de trabalho e conquistou seu espaço. Ela cresceu ouvindo que deve ter carreira, independência financeira, objetivos próprios. Ela não quer qualquer parceiro, ela quer um relacionamento ideal, ou mesmo quer aproveitar sua liberdade.
Nesse contexto, o avanço da educação sexual e da contracepção foram fundamentais. Evitar a gravidez e postergar a maternidade tem se tornado o caminho para a mulher que quer seguir independente, dedicando-se à carreira ou a seus interesses próprios. Entretanto, o que pouco é falado é que essa escolha pode trazer consequências reprodutivas.
A fertilidade declina com a idade. A mulher deve estar ciente disso ao optar por postergar a maternidade. Deve estar ciente de que ela nasceu com um relógio biológico em contagem regressiva, que sua reserva ovariana vai decaindo quantitativamente e qualitativamente, que as chances de gravidez vão sendo menores com o passar dos anos, principalmente após 35 anos, que ela pode precisar de ajuda médica para engravidar, e que as técnicas de reprodução assistida não são capazes de resolver todos os casos de infertilidade.
O congelamento de óvulos surge como uma alternativa para a mulher moderna fazer parar esse relógio biológico. É o tratamento de escolha de preservação de fertilidade social. A ideia é congelar os óvulos enquanto eles ainda têm qualidade, ou seja, idealmente antes dos 35-37 anos.
Congelando esses óvulos, a mulher tira um peso grande das suas costas. Importante falar que o congelamento não é garantia de gravidez no futuro, mas, muitas vezes, pode ser o melhor a ser feito em um determinado momento da vida. Ele deve ser encarado com um plano B.
As clínicas que fornecem essa técnica têm a responsabilidade de apoiar decisões fundamentadas e fornecer às mulheres que buscam o congelamento de óvulos informações detalhadas sobre o processo do tratamento e a probabilidade de alcançar um nascimento vivo, que depende fundamentalmente do número de óvulos congelados e da idade no momento do congelamento.
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